top of page

nota biográfica

Nascida em São Paulo, 1955. Graduada em Arquitetura pela Universidade Mackenzie (1974 a 1978). Realizou estudos de pós graduação em Filosofia pela Universidade Paris X – Nanterre (1982 a 1983) e obteve Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005 a 2009).

 

O interesse pelo desenho manifestou-se desde cedo e, de algum modo, contribuiu para a escolha pelo curso de arquitetura. Neste período de formação frequentou o atelier de Carlos Fajardo (1977 a 1979), quando teve a oportunidade de contemplar outros alcances da linguagem gráfica, para além dos recursos mais técnicos que caracterizam os códigos de representação da arquitetura.

 

Como arquiteta, trabalhou no Condephaat [Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo] (1981 a 1982), particularmente em estudos sobre tombamento de imóveis na área central de São Paulo (Campos Elíseos). Desenvolveu, também, projetos de arquitetura de interiores (1986 a 1992).

 

Idealizou e coordenou a publicação do "Álbum comemorativo dos 40 anos da Construtora Arão Sahm" e organizou, em conjunto com Maria Lucia Ferraz, a exposição de fotojornalismo "Domício [Pinheiro], Gil [Passarelli] e seus amigos", parte desta comemoração (1993).

Criou e dirigiu a galeria AS Studio, São Paulo (1993 a 1997), espaço institucional dedicado ao desenho. Sua programação compreendeu uma série de exposições sobre a relação do desenho com diferentes áreas de criação (artes plásticas, arquitetura, fotografia e dança), com mostras de artistas, tais como, Roberto Rodrigues, Regina Silveira, Nuno Ramos, Gerty Saruê, Carlos Fajardo, entre outros.

percurso da obra

 

A prática do atelier coletivo reaparece em alguns momentos: de 1991 a 1992 volta ao atelier de Carlos Fajardo, frequenta em 1998 o atelier de Silvia Mecozzi e de 2006 a 2007 o de Sergio Fingermann.

 

A obra pessoal ganha corpo em 1999, quando criou a série Colagens, um conjunto de experimentos de colagem sobre papel em combinação com desenho a nanquim e lápis de cor.

 

Aos poucos, a colagem cedeu lugar à caligrafia de letras cursivas como elemento de desenho. Este procedimento conduziu à série Manuscritos (1999 a 2002) cuja essência reside na simulação das marcas da passagem do tempo.

 

Motivada por questões ligadas à memória pessoal e afetiva, seus estudos de mestrado (2005 a 2009) centraram-se na incursão

e aprofundamento sobre este tema, tendo resultado no livro Bergson e Proust: sobre a representação da passagem do tempo, Editora

Iluminuras, 2011.

 

Realizou projetos de design gráfico entre 2010 e 2012, retrabalhando seus desenhos em cartões, cadernos e pastas.

 

No período de 2011 a 2015, o ideário da colagem reapareceu em novas séries: Entre traz a amálgama de desenhos da figura humana

e textos da própria autora; em Origens prevalecem sobreposições gráficas sobre fotografias do álbum de família; já em Arquitetura Gráfica elas se aplicam sobre registros fotográficos, principalmente da paisagem urbana de São Paulo. Tais imagens revelam, simultaneamente, a evocação e a reconstrução do espaço, fazendo conviver diferentes temporalidades.

 

No movimento recorrente de se debruçar sobre sua produção artística, retomou, por vezes, alguns desenhos de Manuscritos funcionando como pano de fundo rasurado sobre os quais projeta novas paisagens. Formou-se assim Traços Urbanos (2014 a 2015), série que configura uma referência aos desacertos que marcam o descompasso entre as construções delineadas no papel e a realidade de sua existência, de que forma sobrevivem ao tempo.

Nas séries Arquitetura Gráfica e Traços Urbanos há uma clara alusão ao desenho técnico da arquitetura, às representações

que se ancoram na perspectiva tradicional, ainda que retomada de forma livre, quase irônica, a salientar os inúmeros pontos de vista

que convivem na percepção que temos do espaço.

Na esteira de Traços Urbanos, o trabalho teve continuidade, em 2016, com Tessituras, em que a cor comparece como elemento da estrutura do desenho, e as formas arquitetônicas tornam-se mais abstratas; e Diedros, em que se apresenta uma combinação de figuras geométricas ancoradas em  representações fotográficas da paisagem urbana.

Em 2017 abrem-se novas séries: (De)formações, quando a forma geométrica passa a se apresentar sob o efeito de algumas distorções, a partir da manipulação feita sobre um tecido quadriculado; Mapeando, na criação de desenhos na linhagem da cartografia; Oriente, nos trabalhos inspirados na caligrafia e no imaginário da gravura tradicional japonesas.

Dando continuidade ao desenvolvimento de pequenos formatos, destacado em Oriente (2017), explora-se em Entrelinhas (2018) a combinação de desenhos/colagens com micro artefatos colecionados ao longo do tempo. Esta elaboração compreende uma passagem ao tridimensional e incorpora o reaproveitamento de caixas de papel (17,5 x 12,5 x 2,8 cm) remanescentes de um trabalho de design gráfico (2010-2012), explorando o texto impresso em transparência na tampa da caixa. O objeto assim construído retoma o entrelaçamento presente/passado e, por certo, o diálogo entre a escrita e o desenho, marcante na série Entre (2011), por exemplo.

Realiza em 2019 a exposição desenho e cor: diálogos como artista convidada em A Estufa (São Paulo), junto ao acervo local de obras de artistas brasileiros contemporâneos. Apresenta um conjunto de trabalhos desenvolvidos principalmente entre 2018 e 2019, nos quais observa a relação entre o gráfico e o pictórico. A pesquisa de formas abstratas tem continuidade em 2020 com a série Intermezzo.

Figura e fundo é uma série de imagens digitais iniciada em meados de 2020. Elas resultam da montagem de desenhos da figura humana (delineados em nanquim sobre transparências), sobrepostos a pinturas abstratas (em cores sobre papel) que desempenham a função de fundo. Este procedimento envolve uma experimentação: uma espécie de 'errância' da figura sobre o fundo agora na função de paisagem,, configurando 'cenários improváveis', quase que territórios habitados.

 

O princípio da sobreposição / montagem de imagens está presente no corpo da obra, a exemplo das séries Entre (2011), Origens (2012-2013) e Entrelinhas (2018).

exposições

2019 - desenho e cor: diálogos, A Estufa, São Paulo

2016 - diálogos sobre diferentes artes, Galeria, Club Athletico Paulistano, São Paulo (coletiva)

2016 - pontos de fuga, JB Goldenberg - Escritório de Arte, São Paulo

2012 - desenhos, Casa das Artes, São Paulo

2011 - entre, Back Gastrobar, São Paulo  

2005 - entre a escrita e o desenho, Augosto Augusta, São Paulo

2001 - manuscritos, Funarte, São Paulo

bottom of page